Resumo: Para a consecução desse trabalho, foi necessário um providencial olhar filosófico sobre a capoeira. Para tanto, se fez uma breve arqueologia do mestre de capoeira e as possibilidades dentro do campo filosófico, com suas conjugações sóciogeográficas. No entanto, ao mestre escapa à tentativa de empreender apriorismos sobre aquilo que ele materializa, restando lançar conjecturas que pavimentam o caminho de intervenção sobre a imanência inacabada, que se refaz em cada instante, retornando diferentemente de si mesmo, em um processo identitário constante. O caminho percorrido engendra diversos aportes teóricos multidisciplinares. Nesse sentido, utilizamos conceitos que dialogam com a filosofia da diferença de Foucault, Deleuze e Guattari, a sociologia de Bourdieu e o olhar geográfico de Haesbaert. Chegou-se à conclusão de que o mestre pode ser considerado o filósofo negro brasileiro, diaspórico que mantém conexões com as africanidades, nas compreensões conceituais que são utilizadas como fundamentais para descrever o que vem a ser filosofia. Entretanto, também se considera que o campo social em que se inscreve a capoeira é dinâmico e afetado por diferentes interesses econômicos, políticos e morais, com os quais o mestre precisa articular agenciamentos que salvaguardem os mais perceptíveis traços filosóficos da capoeira.
Palavras-chave: Mestre, Capoeira, Filosofia, Identidade
https://epub.uni-bayreuth.de/3512/1/Santos_Gruber_Capoeira.pdf
Jesus, Fernando Santos de; Gruber, Valerie V. V. : A estética da (re)existência: olhares filosóficos sobre o mestre de capoeira. Conferência XIII ENECULT: Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura. Salvador da Bahia, Brasil, 12.-15.09.2017.