Estúdio África: uma experiência estética original em Salvador

 

Rosa Prudencia dos Santos

 

Inspirado na história e nas práticas da fotografia africana, o Estúdio África promoveu uma série de ações voltadas para uma experiência estética original em Salvador, simulando um estúdio ao ar livre.

Num domingo de outubro de 2017, dia de feira no bairro periférico de Castelo Branco (Salvador, Bahia, Brasil), os moradores e frequentadores do local foram convidados a se deixar fotografar, diante de fundos decorativos inspirados por iconografia africana e amparados na pesquisa em antropologia estética de Goli Guerreiro.

Os três fundos decorativos criados para a experiência foram produzidos pelo artista visual baiano Eder Muniz (aka Calangos), reconhecido pelo seu trabalho com o grafite. Para compor as telas, o artista usou técnicas com spray, tinta acrílica e caneta posca. Os três fundos em madeira naval, com dimensões de 1,80m x 1,50m, reproduzem diferentes contextos africanos e foram pensados para estimular a interação do público e provocar impressões sobre a África. (Um deles, aquele que recria uma rua de Dakar, seria plotado em lona para representar Salvador na Coleção Brasil)

Os retratos da Coleção Salvador | Castelo Branco foram feitos pela experiente fotógrafa Arlete Soares, fundadora da Editora Corrupio, cujo catálogo é dedicado ao mundo negro. A ação contou com a performance da ideia jockey Ana Dumas que veiculou pílulas de conhecimento sobre a história cultural da África; convocou os transeuntes a posar diante dos fundos e a fazer parte da Coleção.

Alguns retratados registraram em audiovisual suas impressões sobre aquela representação da África e sobre a experiência fotográfica. A linguagem audiovisual fez o registro de todo o processo, em formato de minidocumentário, sob o olhar de Diogo Nonato, da Ijexá Produções.

No dia 10 de outubro, os fundos decorativos foram instalados no espaço externo do Espaço Cultural Barroquinha como pontos de selfie para que a população do centro antigo de Salvador pudesse interagir de forma espontânea com eles.

As ações do Estúdio África culminaram em uma mostra, com curadoria de Goli Guerreiro, que apresentou uma projeção de fotografias africanas, dos retratos da Coleção Castelo Branco, e o minidocumentário de 4 min que registrou o processo da criação dos fundos decorativos e o registro de fotos. O evento foi aberto a todos os públicos no Espaço Cultural Barroquinha, dia 21 de outubro, e no dia 27 na Escola Municipal EDAM, em Castelo Branco. Na ocasião das mostras, os retratados tiveram acesso à sua fotografia impressa em formato 10x15cm.

Suscitando interesse por novos formatos estéticos da fotografia, para além das selfies, o Estúdio África lançou mão do interesse pela fotografia para difundir conhecimento sobre repertórios artísticos africanos e contribuir com a renovação do imaginário da população soteropolitana no que diz respeito à África. O projeto foi premiado pelo Edital Arte Todo Dia Ano III, da Fundação Gregório de Mattos – Prefeitura de Salvador, e teve apoio do Espaço Cultural Barroquinha e da Escola Municipal EDAM do bairro de Castelo Branco através do Núcleo da Juventude e obteve ampla divulgação midiática.

Texto: Goli Guerreiro

 

Samara Martins

 

Edson Conceição dos Santos

 

Ficha Técnica:

Concepção, pesquisa e curadoria: Goli Guerreiro

Arte dos fundos decorativos: Eder Muniz (Calangos)

Fotografia e edição de fotos: Arlete Soares

Pílulas de conhecimento/Carrinho Multimídia: Ana Dumas

Audiovisual: Diogo Nonato (Ijexá Produção de Conteúdo)

Identidade visual: Valentina Garcia (Gana Produção Editorial)

Comunicação: Ana Camila Comunicação & Cultura

Apoio: Espaço Cultural Barroquinha

Patrocínio: Prefeitura de Salvador através da Fundação Gregório de Mattos

Links:

Mini documentário:  https://www.youtube.com/watch?v=vSLjYh7zRZI&feature=share )

Facebook https://www.facebook.com/estudioafricaba/

Fotos dos fundos decorativos em alta resolução: http://bit.ly/EstudioAfrica